Ingmar Bergman, o genial
diretor de cinema sueco, já nos anos 20 do século passado profetizou o
desenvolvimento da serpente gestada no ovo maligno do nazi-fascismo.
A serpente não somente
nasceu, mas prosperou e largou influências mundo afora, que eclodem até em
nossos dias.
Em “O Ovo da Serpente”
já vaticinava um de seus personagens: “É como o ovo da serpente. Através das
finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito”.
Nascerem em vários
pontos da Europa, das Américas e, em especial no Brasil e na Argentina (mais de
uma vez). Suportamos sua peçonha por mais de vinte anos em nosso país e nos
sujeitamos à ameaça ressurreta da fênix do mal recentemente.
Nuestros
hermanos argentinos suportaram a víbora também nos anos
1966/1973, tendo presenciado toda sorte de torturas, assassinatos,
desaparecimentos e tudo o que de pior têm as ditaduras em seus bornais.
Em plenos dois mil e
vinte e três os argentinos resolveram alçar ao poder o que se parece neste
momento com uma serpente anfisbena. Trata-se, portanto, de um réptil que
apresenta´a anomalia intrínseca de possuir duas cabeças ao mesmo tempo.
Devemos chamá-la de
Macrilei? Ou será Mileicri?
É fato que uma das
cabeças (ambas de espírito totalitário), diga-se de passagem, opera frente às
câmeras e outra nos bastidores.
Ao programa de governo
chamam “ultraneoliberalismo”, palavra que nada significa. É como o lençol do
fantasma: todo mundo vê o que há por fora, mas não consegue enxergar o que há
por debaixo dele...
Os absurdos, desmandos, inconstitucionalidades
e desumanidades até agora apresentados dão-nos a sensação de horror. Sentimos até
mesmo uma espécie de premeditação de que outros monstros do passado (Viola,
Videla, Galtieri e outros) buscam retornar à cena macabra que ora parece se
encenar.
É esperar para ver com
anseios de que se possam reverter os temores de que a Argentina possa escapar
ao desastre social, político e humanitário em cartaz.
É tema para voltarmos em
futuros comentários...