(Salmos 90.12)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O execrável dragão chinês
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Poesia do Natal
Cartão de Natal
Dê coração de Natal
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
O reveillon do fim do mundo
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Refletindo sobre a pena de morte
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Os dois lados da moeda
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Prá mim, calabreza. E prá você?
Descendo aos porões
Sílvio Lanna O Presidente da República promete mandar para o Congresso Nacional nos próximos meses um projeto de lei criando a Comissão Nacional de Verdade sobre a tortura no período da ditadura militar. Pretende esclarecer fatos, apurar e punir responsáveis e, por consequência, abrir a possibilidade de reparação civil pelo Estado. A polêmica sobre o tema é grande e tudo leva a crer que os debates vão ser acirrados. Os opositores dirão que todas as questões envolvendo o período ditatorial já foram resolvidas e soterradas pela Lei da Anistia e que o revolvimento do tema contém flagrante inconstitucionalidade. Certamente o Supremo Tribunal Federal será provocado a decidir sobre isto, estabelecendo se há fronteiras ou não entre as duas normas legais. Já os defensores da medida dirão que atos de tortura não são crimes políticos, estando, portanto, desabrigados pela anistia. Afirmarão ainda que é crime imprescritível no Brasil e, ainda, considerado como agressão contra a humanidade pelo Direito Internacional. O debate será extremamente saudável para a sociedade brasileira que está acostumada a conviver com a dicotomia teoria-prática em questões polêmicas. Assim é com o preconceito racial, que teimamos em náo reconhecer no cotidiano, com o aborto, cuja prática fingimos não perceber e com a tortura, naturalmente praticada nas prisões, a que fechamos os olhos. Fato incontestável é que os agentes da ditadura militar praticaram violência contra presos politícos já dominados e presos, utilizando-se de requintes de crueldade. Diversos casos denunciados e relatados pela ONG Tortura Nunca Mais trouxeram à luz casos apavorantes de violência contra homens e mulheres, demonstrando que os atos eram praticados com requintes de sadismo que remontam à Santa Inquisição. É necessário que a sociedade brasileira adote uma posição firme em relação à tortura, não mais fingindo sua inexistência no passado e no presente. Nossa indolência é fator preponderante para sua manutenção ativa e também para que os arautos da ditadura possam promover sua publicidade, como foi o caso do jornal Folha de S. Paulo, que em sua edição de 19.02.09 retratou-a como "ditabranda", em uma tentativa de sua reabilitação social. Tortura é crime hediondo e torturador é criminoso que não merece regalias. Seu lugar é na cadeia, sem os benefícios que a lei concede a atos infracionais de menor lesividade. Nos porões da ditadura militar brasileira ainda há muito o que descobrirmos, inclusive criminosos que não merecem o perdão concedido pela Lei de Anistia.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Desculpem a nossa falha...
Corrigimos o problema com a publicação da foto correta, ao lado, aparentemente obtida no exato momento em que a secretária de estado proferia suas ameaças. Monica, para quem se esqueceu, foi a estagiária contratada pelo presidente Clinton e pivõ do charutogate, evento que ficou famoso por revelar insólitas condições de trabalho na Casa Branca. Dizem que desde aquela época ms. Hillary tem estado muito nervosa...
Tia Hillary ficou brava!!!
Hillary Clinton, em recente reunião no Departamento de Estado, disse que os países da América Latina (Venezuela, Bolívia e "outros") não devem se relacionar com o Irã, sob pena de se sujeitarem às consequências do ato.
A ameaça oficial do governo americano (uma vez que proferida por sua Chanceler) se justificaria por que, segundo ela:
- Trata-se de país "patrocinador e exportador" de terrorismo.
- O país tem histórico de abusos aos direitos humanos.
- As recentes eleições tiveram condução e resultados suspeitos.
Tia Hillary parece estar sofrendo lapsos de memória, porque:
- As informações sobre a participação do Irã no terrorismo internacional podem ter a mesma consistência daquelas que denunciavam a existência de fábricas de produtos químicos com finalidade bélica no Iraque (uma mentira produzida com a única finalidade de justificar a invasão pelos EUA).
- Quanto a desrespeitar os direitos humanos, são várias as denúncias contra a China e nem por isto os EUA lhe aplicam o mesmo tratamento (ou seja, pura hipocrisia).
- Se as obscuridades presentes na eleição iraniana são motivos para sua segregação internacional, o que dizermos do golpe de estado em Honduras e a deposição do presidente Zelaya, ambos os fatos recentemente absorvidos e aprovados pelos EUA (dois pesos e duas medidas?).
Interessante lembrarmo-nos de que a então candidata à indicação pelo Partido Democrata afirmou em abril de 2008 que, se eleita presidente, poderia destruir o Irã caso o país atacasse Israel. Todas estas declarações, ameaças e impropérios fazem parte da história americana e da empáfia de seus governantes, que sempre se atribuem a função de xerife do planeta. Nem mesmo se preocupam mais em salvar as aparências e exercer sua megalomania com alguma sutileza.
Quanto à decisão de receber o presidente Ahmadinejad, trata-se de foro exclusivo dos respectivos governos, que jamais poderiam se pautar pela inaceitável intromissão do governo americano. Até porque falta-lhe isenção moral para ditar regras de conduta a quem quer que seja.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
O herói nacional
Saudades da ditadura?
O país assistiu perplexo às imagens da repressão policial contra a manifestação de grupos civis em Brasília ontem.
Foram investidas da cavalaria, cachorros, pancadaria com cassetetes, jatos de spray de pimenta, tiros com balas de borracha, bombas de efeito moral, enfim, todo o aparato policial que se destina a neutralizar tumultos que envolvam riscos à integridade física e/ou material da população.
Vimos também um coronel se atracando fisicamente com um manifestante, ataque da guarnição aos repórteres que cobriam o evento e agressões praticadas sobre pessoas desarmadas e dominadas (até porque caídas no chão). Ao final de tudo, as inexoráveis entrevistas dos representantes da polícia e da secretaria de segurança justificando as agressões.
O porta voz da instituição, mal disfarçando a irritação em dar explicações, taxou de "normal" a reação, uma vez que os policiais estariam sob ameaça e, ainda, que os manifestantes teriam quebrado o acordo que previa os locais onde poderiam se manifestar.
Ou seja, foi legítima defesa.
Para quem assistiu pessoalmente ou por imagens de TV os atos de repressão ocorridos à época da ditadura militar, a lembrança é instantânea. Seja pela simbologia dos fatos, seja pela estratégia da polícia, seja pela truculência, por instantes pareceu-me haver retrocedido no tempo.
Não podem prevalecer os discursos mal intencionados que, simulando justa indignação, afirmam ser necessário o uso da força em determinadas situações de risco iminente. O que se viu em Brasília não foi um palco de guerra, não foram manifestantes atentando contra a segurança de cidadãos, não foi violência combatida com violência.
Foi violência, só, unilateral.
E foi aplicada contra manifestantes e telespectadores, em um recado que me pareceu originário de uma só pessoa, que ao determinar a repressão tinha realmente motivos para estar irritado.
O sr. Governador de Brasília parece ter usado de sua (ainda) autoridade para vingar-se. E vingou-se. Deve estar um pouco mais aliviado agora.
E com relação a ele, causa de tudo o que ocorreu, parece ter sido perdoado pelo DEM, que havia marcado para a segunda-feira passada decidir-se sobre sua expulsão ou não dos quadros. Não expulsou e também não disse o que fará. Aparentemente valeu-se dos panos quentes (que deviam estar sob a guarda de Sarney), sempre úteis para situações da espécie.
Os fatos ocorridos ontem passam para os registros históricos e serão certamente relembrados futuramente, como todos os registros dignos de nota. Tais ocorrências precisam mesmo ser trazidas à tona constantemente, para que incomodem, agridam visualmente, promovam indignação e incitem protestos. Tudo isto para nos prevenirmos contra alguns saudosistas que ainda permanecem de pé, ativos, e, muitas vezes, produzindo discursos nas tribunas e editoriais jornalísticos.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Alertas da natureza: IV-Elevação do nível dos oceanos
Já não há dúvidas de que os mares pelo mundo afora elevam-se mais rapidamente do que o previsto, defendendo alguns estudiosos que ao final do século eles poderão ter subido mais de um metro.
A origem desse problema está no derretimento das calotas polares do Ártico e da Antártida, mas também na expansão térmica de sua massa líquida, uma vez que os oceanos também têm experimentado aumento de sua temperatura média no decorrer dos anos.
Dezenas de localidades, inclusive na costa brasileira, encontram-se seriamente ameaçadas e, no caso de regiões de grande concentração demográfica, os danos são potencialmente maiores.
Estima-se que algumas nações chegarão mesmo a desaparecer, como as ilhas Maldivas, paraíso turístico localizado ao sul da Índia e a sudoeste de Sri Lanka, contando com 1.190 ilhas cercadas por praias famosas pela beleza e pelas águas quentes (chegando a atingir 30º C). Possui alguns dos resorts mais luxuosos do mundo e uma exuberante vida marinha. Lá residem atualmente 370.000 pessoas e, segundo historiadores, é habitada há 3.000 anos.
Possui altitude máxima de dois metros com relação ao nível do mar e qualquer elevação marinha de centímetros já traz fortes problemas para o arquipélago.
Outra nação - Tuvalu -, situada entre o Havaí e a Austrália, composta por 11.000 habitantes já prepara sua transferência para a Nova Zelândia, uma vez que a submersão de seu território é inevitável. A invasão do mar já trouxe danos irreparáveis às suas fontes de água potável e à agricultura, bem como já destruiu boa parte de sua terra firme pela erosão costeira. O aumento da temperatura oceânica trouxe destruição também por propiciar maior incidência de furacões na região.
Não somente danos radicais como os acima referidos são ameaças produzidas pela elevação dos oceanos. Outras ocorrências de imensa gravidade também estão previstas, como por exemplo:
- A inundação de extensos arrozais em Bangladesh, forçando milhões de agricultores a de deslocarem para o interior. Consideremos que a região apresenta uma das maiores concentrações demográficas do planeta, além de um endêmico estado de miséria e de péssima qualidade de vida.
- Também Índia, Tailândia, Vietnam, Indonésia e China sofrerão problemas graves pela invasão das águas, com grandes prejuízos sociais e às lavouras de arroz.
- Nos EUA estima-se que, cumpridas as previsões sobre instabilidade oceânica, haveria perda de 36.000 km2 de áreas litorâneas, notadamente de sua costa atlântica, com prejuízos que poderiam chegar a 150 bilhões de dólares.
Há cálculos provenientes do Centro de Ciências Ambientais da Universidade de Maryland apontando para a diminuição de um metro e meio de terras costeiras para cada milímetro de elevação do nível dos oceanos. Se confirmados os estudos, teremos que ao final do século os litorais terão recuado algo em torno de um quilômetro e meio.
Alertas da natureza: III-Derretimento nas montanhas
Outra consequência do desequilibrio climático no planeta e que também vem causando efeitos desastrosos é o derretimento das geleiras de altitude.
No norte da Índia e da China o abastecimento de água já está prejudicado pelo afinamento das geleiras do Himalaia. Na América do Sul os Andes já encolheram entre 30% e 100% sua cobertura de gelo. Os Pirineus, localizados entre Espanha e França podem transformar-se completamente até meados deste século. Já o Kilimanjaro, na fronteira entre Tanzânia e Quênia, perdeu cerca de 85% de sua cobertura gelada.
O British Antartic Survey (BAS) e a Universidade de Bristol analisaram a perda de volume de centenas de glaciares da Antástica e da Groenlândia. Com estudo publicado na revista Nature (http://www.nature.com/) afirmam que a perda das coberturas de gelo é maior que no interior em nível do mar, ocorrendo a um ritmo de 9 metros/ano. Os pesquisadores mostraram-se surpresos ao constatar que o padrão de afinamento das geleiras vem ocorrendo muito fortemente e em uma área muito vasta, estendendo-se por centenas de quilômetros em direção ao interior.
Já a Groenlândia vem perdendo anualmente cerca de 51 bilhões de metros cúbicos de água, o equivalente a um rio Nilo inteiro, sendo que em sua maior parte na base das montanhas.
Nos Andes peruanos a geleira de Quelccaya encolhe 30 metros por ano desde 1990. Por sua vez, os Alpes europeus já foram despojados de algo em torno de 35/40% de seu gelo "eterno".
Pesquisadores indianos desenvolveram pesquisas nas geleiras da Caxemira indiana e concluiram que elas estão se desfazendo depressa demais. Só na geleira Kolahoi, a maior da parte indiana da Caxemira, encolheu para cerca de 11 km2. Com isto encontra-se em risco o abastecimento de água para 60% dos 10 milhões de habitantes daquela região do Himalaia.
Não só naqueles locais, como em todo o maciço himalaio as geleiras estão afinando em massa, perdendo enormes quantidades de água. Um bilhão de residentes na Índia, no Paquistão, em Bangladesh, no Tibete, na China e no Vietnam estão sob risco.
Recobrindo quase 3 milhões de hectares, as 15 mil geleiras do Himalaia formam a terceira maior massa glacial do mundo, perdendo somente para os polos. Armazenam-se ali aproximadamente 12.000 km3 de água doce, constituindo-se ainda no reservatório dos rios Indo, Ganges, Bramaputra, Yang-Tsé, Amarelo e Mekong.
Com o derretimento, grandes volumes de água acabam por se acumular nos leitos desses rios. Suas vazões provocarão no futuro grandes enchentes, que devastarão as culturas e as habitações em suas ribanceiras.
Também fundamental é o relatório produzido e publicado em 2005 pelo WWF, alertando que "As geleiras do Himalaia estão recuando mais rápido do que em qualquer outro lugar do mundo, e se isso continuar no ritmo atual, a maioria delas terá desaparecido em 2035."
Além de tudo isto, há ainda a elevação do nível dos oceanos (30 centímetros no último século) que, em última análise, recebem todo o excesso da água depositada nos rios.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Alertas da natureza: II-Derretimento do gelo antártico
O derretimento da calota polar antártica, no Polo Sul, assim como o ocorrido no Ártico, implica em perigoso aumento do nível dos oceanos. Estimam os cientistas que o desfazimento completo do gelo existente nesses dois extremos do planeta faria com que os oceanos subissem algo em torno de setenta e sete metros (70 originários da Antártida e 7 do Ártico).
Em início de 2007 a NASA documentou o mais significativo derretimento ocorrido naqueles extremos, com área correspondente aos estados de São Paulo e da Califórnia. O estudo encontra-se relatado no site http://www.nasa.gov/vision/earth/lookingatearth/artic-20070515.html
Já os especialistas da British Antartic Survey (BAS), entidade britânica que estuda o continente antártico, comprovou recentemente a relação existente entre o derretimento das calotas polares e a ação humana. Os estudos estão publicados no site http://www.antarctica.ac.uk/
Segundo eles, o aquecimento da Terra em razão do constante acréscimo na emissão de gases do efeito estufa vem causando o derretimento das geleiras (antes consideradas "eternas") por interferir diretamente no padrão dos ventos. Isto se daria pela intensificação dos ventos quentes originários do oeste e que incidem sobre o Polo Sul no verão. O acréscimo na temperatura atingiu 5º C, o que é considerado excessivo e profundamente danoso.
Cientistas britânicos e americanos a serviço do BAS estudaram centenas de glaciares antárticos, tendo sido seu relatório publicado pela respeitada revista Science (http://www.sciencemag.org/), edição de abril de 2005.
Analisaram mais de duas mil fotografias aéreas produzidas desde os anos quarenta, além de um grande número de imagens obtidas por satélites em operação desde os anos sessenta. Concluíram que a maioria dos glaciares estudados recuou no último meio século a uma taxa média de cinquenta metros por ano (sendo que somente em um deles a redução chegou a treze quilômetros), tendo a temperatura local se elevado em 2,5º C.
No final do mês de novembro foram localizados quatro icebergs próximos (cerca de 400 km) das costas da Nova Zelândia, viajando a cerca de 1,5 km/h. Procedem da Antártida, sendo possivelmente pedaços de plataformas continentais liberados em razão de fendas produzidas pelo aumento da temperatura local.
Alertas da natureza: I-Derretimento do gelo ártico
Cerca de 15.000 representantes de dezenas de nações estarão em Copenhagen a partir de amanhã, 07/12, para a 15ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas - COP 15. Estima-se que que os trabalhos consumirão duas semanas de técnicos de diversas partes do planeta, sendo que para a etapa final são aguardados ainda 100 chefes de Estado e de Governo.
Trata-se de um grande esforço, necessário e urgente, para tentar conter os efeitos danosos do aquecimento global. Não é necessário dizermos, tenta-se em última análise permitir à raça humana que sobreviva ao futuro que ora se apresenta especialmente dramático. Segundo entidades mundialmente reconhecidas pelos estudos climáticos e suas consequências à biosfera, existem alguns sinais atualmente percebidos e que nos indicam a gravidade do problema.
A partir de agora eles serão aqui abordados. Iniciamos pelo derretimento da cobertura gelada do Polo Norte, ou Ártico:
As geleiras árticas estendem-se por 15 milhões de km2 e, segundo respeitados cientistas, está em franco processo de derretimento, ameaçando no curto prazo a sobrevivência de suas espécies tipicas, como os ursos polares. A médio e longo prazos, entretanto, os efeitos nos atingirão em cheio. Tudo causado pelo aquecimento global. No caso do Ártico, quanto menor é a superfície coberta de gelo, menos quantidade de raios solares são refletidos de volta. A consequência imediata é que o calor então adicionalmente recebido é absorvido pela água, aumentando sua temperatura e acelerando ainda mais o derretimento.
Segundo recentes medições efetuadas pelo Centro Espacial da Dinamarca, o gelo ártico encolheu cerca de um milhão de km2 no verão (tendo a cobertura passado de 4 para 3 milhões de km2). Isto após as medições de 2005 e 2006, o que torna especialmente grave o problema.
Conforme relatório do World Wildlife Fund (WWF), com a adição dessa imensa quantidade de água o nível dos mares deverá aumentar consideravelmente, podendo atingir mais de um metro adicional em 2100, inundando e destruindo extensas áreas costeiras. Nessa hipótese, seriam diretamente prejudicados algo em torno de 25% da população do planeta. Só para percebermos melhor a dimensão do desastre, atualmente esse percentual corresponde a aproximadamente um bilhão e meio de pessoas. Consideremos ainda a parcela daqueles indiretamente atingidos e teremos uma situação de verdadeiro caos.
O motivo para esse aparente pessimismo é a constatação de que, ainda segundo a WWF, o Ártico aqueceu o dobro que o restante do planeta nas décadas recentes. Aí aparece outro fato igualmente dramático: o próprio aumento da temperatura ártica é um dos fatores que contribuem para o aquecimento do restante do globo, somando-se aos demais fatores desencadeantes.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Mais uma vez...
Sílvio Lanna
Mais uma vez...
Como se eles estivesse determinados a testar nossa paciência (ou nossa indolência).
Não se contentam em mentir, expelir promessas vãs e aboletar-se em seus confortáveis tronos com ares de realeza.
Também não se constrangem em trabalhar quando muito no miolo da semana, como quem se desfaz das cascas de uma fatia de pão de forma.
Não dão a mínima para a fidelidade, como se partidos fossem pinguelas de que se utilizam para pular de margem a margem assim que seus peculiares interesses os orientem.
Também não se preocupam em prestar contas da lista de verbas a que fazem jus, sob o nome de vencimentos, verbas de gabinete, auxílio moradia, passagens aéreas, combustíveis, correios, telefones, publicações, décimo quarto e décimo quinto salários, dentre outros. Afinal, mantêm consigo a chave do cofre.
Nem se tocam quando elevam seus próprios salários e verbas, mesmo após haver negado o mesmo privilégio a seus sofridos eleitores. Convenhamos, vivem no Olimpo e nós, míseros mortais...
Também desejam manter intocável a caixa preta do financiamento eleitoral (e do respectivo caixa dois). Afinal, devem imaginar que seja assunto do interesse privado de financiadores e financiados.
Não gostam ainda que nós, os alienígenas, coloquemos o dedo em seus domínios. Estão se lixando para a opinião pública, já disseram abertamente. À primeira aproximação nossa suspendem a ponte levadiça e expõem o fosso intransponível que nos mantém a confortável distância de seu feudo.
Divergências políticas? Estas são tratadas em seu próprio meio e albergadas pelo eficiente sistema de proteção mútua destinado aos que são pegos com a boca (ou as mãos) na botija de nosso caro dinheirinho. Que o digam Sarney, recentemente, e tantos outros no desenrolar da história política.
Não bastasse tudo isto, ainda têm que furtar, manipular, corromper-se? Por que?
E ainda escolhem as maneiras mais vis, porcas e ridículas, como tem noticiado a imprensa. Por que tem faltado caráter e honestidade? Será que é pela certeza de que nos manteremos indolentes? Ou será porque, no fundo, o crime compensa? Afinal, com tantos milhões no bolso, que bandido se importará com questões menores? Fico pensando como é que essa gente encara os vizinhos, a atendente da loja, o caixa do banco, enfim, todas aquelas pessoas que podem até não expressar sua opinião a respeito, mas que pensam, pensam... e que se envergonham no lugar dos que não têm mais vergonha na cara para se ruborizar.
E os honestos, os que fazem jus à representação que lhes foi confiada e à esperança que lhes foi depositada? Devem estar envergonhados por seus colegas, mas podem fitar os filhos nos olhos na convicção de que lhes estarão legando a única herança que realmente vale algo: a dignidade.