domingo, 6 de dezembro de 2009

Alertas da natureza: I-Derretimento do gelo ártico




Sílvio Lanna




Cerca de 15.000 representantes de dezenas de nações estarão em Copenhagen a partir de amanhã, 07/12, para a 15ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas - COP 15. Estima-se que que os trabalhos consumirão duas semanas de técnicos de diversas partes do planeta, sendo que para a etapa final são aguardados ainda 100 chefes de Estado e de Governo.



Trata-se de um grande esforço, necessário e urgente, para tentar conter os efeitos danosos do aquecimento global. Não é necessário dizermos, tenta-se em última análise permitir à raça humana que sobreviva ao futuro que ora se apresenta especialmente dramático. Segundo entidades mundialmente reconhecidas pelos estudos climáticos e suas consequências à biosfera, existem alguns sinais atualmente percebidos e que nos indicam a gravidade do problema.



A partir de agora eles serão aqui abordados. Iniciamos pelo derretimento da cobertura gelada do Polo Norte, ou Ártico:



As geleiras árticas estendem-se por 15 milhões de km2 e, segundo respeitados cientistas, está em franco processo de derretimento, ameaçando no curto prazo a sobrevivência de suas espécies tipicas, como os ursos polares. A médio e longo prazos, entretanto, os efeitos nos atingirão em cheio. Tudo causado pelo aquecimento global. No caso do Ártico, quanto menor é a superfície coberta de gelo, menos quantidade de raios solares são refletidos de volta. A consequência imediata é que o calor então adicionalmente recebido é absorvido pela água, aumentando sua temperatura e acelerando ainda mais o derretimento.



Segundo recentes medições efetuadas pelo Centro Espacial da Dinamarca, o gelo ártico encolheu cerca de um milhão de km2 no verão (tendo a cobertura passado de 4 para 3 milhões de km2). Isto após as medições de 2005 e 2006, o que torna especialmente grave o problema.



Conforme relatório do World Wildlife Fund (WWF), com a adição dessa imensa quantidade de água o nível dos mares deverá aumentar consideravelmente, podendo atingir mais de um metro adicional em 2100, inundando e destruindo extensas áreas costeiras. Nessa hipótese, seriam diretamente prejudicados algo em torno de 25% da população do planeta. Só para percebermos melhor a dimensão do desastre, atualmente esse percentual corresponde a aproximadamente um bilhão e meio de pessoas. Consideremos ainda a parcela daqueles indiretamente atingidos e teremos uma situação de verdadeiro caos.



O motivo para esse aparente pessimismo é a constatação de que, ainda segundo a WWF, o Ártico aqueceu o dobro que o restante do planeta nas décadas recentes. Aí aparece outro fato igualmente dramático: o próprio aumento da temperatura ártica é um dos fatores que contribuem para o aquecimento do restante do globo, somando-se aos demais fatores desencadeantes.

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