domingo, 13 de dezembro de 2009

Tia Hillary ficou brava!!!



Sílvio Lanna

Hillary Clinton, em recente reunião no Departamento de Estado, disse que os países da América Latina (Venezuela, Bolívia e "outros") não devem se relacionar com o Irã, sob pena de se sujeitarem às consequências do ato.

A ameaça oficial do governo americano (uma vez que proferida por sua Chanceler) se justificaria por que, segundo ela:

- Trata-se de país "patrocinador e exportador" de terrorismo.

- O país tem histórico de abusos aos direitos humanos.

- As recentes eleições tiveram condução e resultados suspeitos.

Tia Hillary parece estar sofrendo lapsos de memória, porque:

- As informações sobre a participação do Irã no terrorismo internacional podem ter a mesma consistência daquelas que denunciavam a existência de fábricas de produtos químicos com finalidade bélica no Iraque (uma mentira produzida com a única finalidade de justificar a invasão pelos EUA).

- Quanto a desrespeitar os direitos humanos, são várias as denúncias contra a China e nem por isto os EUA lhe aplicam o mesmo tratamento (ou seja, pura hipocrisia).

- Se as obscuridades presentes na eleição iraniana são motivos para sua segregação internacional, o que dizermos do golpe de estado em Honduras e a deposição do presidente Zelaya, ambos os fatos recentemente absorvidos e aprovados pelos EUA (dois pesos e duas medidas?).

Interessante lembrarmo-nos de que a então candidata à indicação pelo Partido Democrata afirmou em abril de 2008 que, se eleita presidente, poderia destruir o Irã caso o país atacasse Israel. Todas estas declarações, ameaças e impropérios fazem parte da história americana e da empáfia de seus governantes, que sempre se atribuem a função de xerife do planeta. Nem mesmo se preocupam mais em salvar as aparências e exercer sua megalomania com alguma sutileza.

Quanto à decisão de receber o presidente Ahmadinejad, trata-se de foro exclusivo dos respectivos governos, que jamais poderiam se pautar pela inaceitável intromissão do governo americano. Até porque falta-lhe isenção moral para ditar regras de conduta a quem quer que seja.

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