sábado, 17 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Curtas e Grossas
Personalidades:
- Para TIME: Donald Trump
- Para ISTO É: Michel Temer
- Para FINANCIAL TIMES: Dilma Roussef
v v v v v
Linha do tempo:
- 05.12.16: Ministro Marco Aurélio defere liminar afastando Renan Calheiros
da presidência do Senado.
- 06.12.16: Renan reafirma que a lei de abuso de autoridade,
que atinge
diretamente o Judiciário está na pauta de 06.12.16
- 07.12.16: STF cancela liminar e mantém Renan na presidência do Senado
- 07.12.16: Renan retira da pauta do Senado a votação do projeto sobre
Abuso de Autoridade
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Curtas e Grossas
Semana movimentada em nossa Corte Suprema:
- Um ministro deferindo uma liminar para retirada do presidente do
Senado
- Outro ministro pedindo o impeachment do colega
- Uma clara afronta dos senadores ao afirmar que não iria cumprir uma
ordem judicial...
Quantos cacos sobraram disso tudo?
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
A REFORMA PROTESTANTE
Quarta parte:
O fim da Idade Média – panorama histórico e social
A Idade Média talvez tenha sido o
período mais conturbado e polêmico da humanidade. Caracterizou-se por extremos,
pela obscuridade, pelo medo e por muito sofrimento. Entre 1337 e 1453. Travada
entre Inglaterra e França principalmente por questões territoriais, mas também
comerciais. É considerada a última guerra feudal e a primeira moderna.
Durante esse período a Europa teve
ainda que enfrentar a Peste Negra e a miséria dos camponeses, principalmente os
franceses, submetidos a tributos abusivos e à queda na produção agrícola.
Tudo isto proporcionou o
surgimento de Joana D´Arc, heroína que contribuiu para a reorganização das
forças francesas, dizendo-se enviada por Deus. Mesmo tendo aglutinado
sentimentos e trazido benefícios ao exército, foi traída pela nobreza da
França, que a entregou aos ingleses, tendo sido submetida à fogueira 30 de maio
de 1431.
A Europa sofreu mais uma tragédia
medieval: a Peste Negra, ou Peste Bubônica, ocorrida entre 1347 a 1353, uma das
epidemias mais avassaladoras da humanidade. Intercalada no período da Guerra
dos Cem Anos, estima-se que matou entre 25 e 75 milhões de pessoas, o que
significou à época aproximadamente um terço de toda a população. Tal montante,
se transposto para nossos dias, significaria o extermínio de mais ou menos 250
milhões de habitantes, ou seja, cinco vezes mais do que todas as mortes
ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial. Uma tragédia de proporções
apocalípticas, fruto da falta de higiene costumeira na época medieval,
transmitida pelos abundantes ratos que compartilhavam com os humanos a vida nas
comunidades.
Além de tudo isto, o continente
europeu sofreu sérios problemas econômicos nos estertores da Idade Média,
derivados da abrupta queda de produtividade das lavouras, causada pela exaustão
do solo, uma onda de frio intenso que varreu os campos. A fome e a miséria
inundaram o continente, levando os desesperados aldeões a sulpar os próprios
pecados pela situação vivida. Castigo de Deus. Buscaram no autoflagelo e nas
penitências o perdão de suas faltas, tentando diminuir o que imaginavam ser a
ira divina.
Com a redução das safras e,
consequentemente, da renda obtida pelos impostos, os nobres elevaram-nos,
extorquindo ainda mais os camponeses já debilitados por tantos problemas.
Como se não fossem suficientes
tantos dramas, em solo inglês iniciou-se a Guerra das Duas Rosas (1455),
resultante da insatisfação popular com o acordo firmado para por fim à Guerra
dos Cem anos, tendo durato aproximadamente trinta anos.
Tudo isto, somado à consolidação
dos Estados nacionais e ao aumento do poder em mãos dos soberanos levaram a
forte queda na autoridade papal, reduzindo fortemente o poder político da
Igreja.
Nesse caldo de cultura, os
reformistas aproveitaram-se para combater o Clero e seus desmandos. A
acumulação de fortunas, venda de indulgências, interferência política,
afastamento das questões clericais foram amplamente discutidos, não obstante as
perseguições e condenações que sofreram por parte do Clero.
Caminhava
para seu fim o princípio corpus christianum até então vigente, segundo o
qual tudo estava submetido à Igreja e, consequentemente, ao Clero, inclusive os
Estados e a política.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
A REFORMA PROTESTANTE
Terceira parte:
Dissidências e primeiros reformadores – Jan Huss
Jan (ou Johaness) Huss, tcheco de nascimento, era sacerdote da Igreja Católica e professor, como seu grande influenciador, grande influenciador John Wycliffe. Imaginava que a Igreja devia verdadeiramente seguir os passos de Cristo e não mirar-se pelos sacramentos e sacrifícios. Questionava a autoridade papal, que, a seu ver, havia suplantado a de Deus. Sua atuação remeteu-o à fogueira em julho de 1415.
Assim como seu mestre, Jan Huss antecipou muito do que mais tarde será expresso por Calvino e Lutero. Seus ensinamentos eram claramente pregados em seus sermões, quando afirmava que a verdadeira Igreja pertencia aos pobres, à semelhança das pregações e andanças de Cristo.
À maneira de Wycliffe defendia a justiça social, combatendo a miséria reinante na população, submetida aos desmandos da nobreza. Teve grande projeção no mundo intelectual, sendo nomeado reitor da Universidade de Praga.
Da mesma forma que seus antecessores, entretanto, sofreu a ira do Clero, que não se conformava com seu destaque social e muito menos com suas idéias. Acusado de heresia, foi excomungado em 1412. Intimado a renegar suas idéias recusou-se e, então, foi levado pela Igreja à fogueira em 1415.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
A REFORMA PROTESTANTE
Segunda parte:
Dissidências e primeiros reformadores - John Wycliffe
O sul da França viu
surgir dissidências que questionavam o poder papal e atuação da Igreja.
Albigenses e cátaros, dentre outros, pregavam o ascetismo e a prevalência do
sentimento religioso e do espírito sobre as questões materiais. Acabaram por
ser massacrados pelas Cruzadas e fizeram nascer na Igreja um dos períodos mais
negros da história humana – a Santa Inquisição –, tornada mecanismo de
afirmação da supremacia do Clero a partir de 1233.
Em meados dos anos
1300 John Wycliffe, sacerdote e professor na Universidade de Oxford,
Inglaterra, insurgiu-se fortemente contra o Clero e as práticas por ele
impostas aos cristãos. Combateu a veneração de santos e de imagens, criticou a
devoção às relíquias, a idéia de purgatório, o celibato, a venda de
indulgências, dentre outros.
É considerado
verdadeiro precursor da Reforma. De formação culta, mas liberal, passeou por
várias áreas de conhecimento. Os estudos filosóficos e a vivência na cátedra
lhe proporcionaram disciplina intelectual, solidez nas teses amplitude de idéias.
Lutou pela liberdade religiosa ao lado da civil, tornando-se respeitado em seu
meio e também na sociedade civil, não deixando, entretanto, de angariar
inimigos.
Falava abertamente
dos conflitos que enxergava entre os ensinamentos das Sagradas Escrituras e a
prática da Igreja, acusando-a de haver banido a Bíblia de seu seio. Sua
influência entre os católicos, entretanto, angariou-lhe raiva, despeito e sentimento
de vingança por parte das autoridades eclesiásticas.
Acirrou ainda mais a
ira dos prelados religiosos ao afirmar publicamente que o Papa não possuía
poderes especiais que ultrapassassem aqueles reservados a quaisquer padres e
bispos. Suas falas e artigos literários investiam contra as distorções
observadas no cumprimento das Sagradas Escrituras, mas atingiam de cheio a sede
de poder dos participantes do Clero. Novamente um movimento ameaçava as
riquezas e a dominação – então relativa – dos mandatários católicos.
Nomeado embaixador
inglês, teve oportunidade de discutir com emissários e dignatários do poder
romano, tendo colhido importantes observações sobre os meandros da Igreja, que
ainda não conhecia.
Não fora o poder
acumulado por Wycliffe na corte inglesa e a simpatia que lhe dedicava a
população teria sofrido um cruel destino. A ira papal determinou seu
julgamento, cujo desfecho era previsível. Príncipes e populares pressionaram de
tal forma o tribunal eclesiástico fazendo com que não fosse condenado a
qualquer pena.
Tal episódio,
entretanto, não abafou o desejo de vingança da Igreja. Foi expedida sua ordem
de prisão para expiação de pecados na fogueira, com o Clero investindo seus
poderes na obtenção de tal resultado. Sorte de John, entretanto, que seu
desafeto mais importante, o papa Gregório XI, veio a falecer, dissipando aquelas
raivosas investidas sobre sua pessoa.
Wycliffe persistiu na
propagação de suas idéias e nas contumazes críticas que fazia ao poder dos
dignatários religiosos. Coroando sua atuação como reformista, traduziu a Bíblia
para o idioma inglês, permitindo sua propagação entre os fiéis e ampliando o
poder da palavra de Deus.
Aos setenta anos de
idade foi atacado por moléstias que, mais tarde, lhe ceifaram a vida. Lançou
sementes de extrema importância para a Reforma que viria posteriormente a
firmar-se em todo o planeta.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
A REFORMA PROTESTANTE – OS PRÓXIMOS 500 ANOS
É objeto destes artigos
traçar modestas linhas a respeito da Reforma
Protestante, que cindiu definitivamente a Igreja Católica inaugurando nova
visão sobre os ensinamentos da Bíblia. É também seu objetivo participar das
comemorações dos quinhentos anos da Reforma. Sua data oficial de nascimento –
31 de outubro de 1517 – nos levará nestes próximos doze meses a 2017 e às
necessárias reflexões, autocríticas e orientações para que nos próximos 500
anos também os rumos do protestantismo sejam revistos e aperfeiçoados.
Necessário que se expurguem desvios e que se corrijam rumos para a retomada das
razões que levaram tantos reformadores a arriscar – e a perder – suas vidas.
Acima de tudo, que voltemos a nos submeter aos ensinamentos e às determinações
das Sagradas Escrituras como legítima expressão da palavra de Deus. Tudo isto
com fé e determinação, mas também com inteligência e perspicácia, que nos foram
emprestadas pelo Criador também para verdadeiramente entender suas
Palavras.
Primeira parte:
O surgimento dos Estados Nacionais
O momento histórico pré-Reforma caracterizou-se pelo
enfraquecimento do papado. A Igreja Católica, que detinha também o poder
político em muitas nações, viu surgirem os Estados Nacionais precursores das
modernas nações da Europa. As primeiras idéias de eleição (ainda que indiretas)
de imperadores determinou o enfraquecimento dos reis totalitários e do Clero
como entidade política. Consequência lógica dessa divisão de poderes foi o
tensionamento das relações Igreja-Estado.
Em países como França e Inglaterra os monarcas forçaram a diminuição
do poder clerical e começaram a articular organismos que foram a gênese dos
parlamentos modernos. Isto por volta dos anos 1250-1320, em plena Idade Média.
Poder também é riqueza material. Bonifácio VIII, um papa que
admirava mais as fortunas materiais que as espirituais desentendeu-se com a
monarquia francesa em razão da divisão dos impostos. Resultou que acabou preso
por Filipe IV, monarca francês, deixando antever para que lado pendeu
definitivamente a divisão de poder então em curso.
Em situação muito semelhante à que percebemos em nossos tempos, a
perda de poder abre caminho para críticas e faz crescer o coro dos
insatisfeitos. As extravagâncias do Clero, sua sede por riquezas e acúmulo de
bens materiais começou a se manifestar entre os populares.
Essa sucessão de desventuras acabou por provocar o que veio a ser
chamado de “O Grande Cisma”. Após uma série de desavenças e lutas pelo poder, a
Igreja Católica cindiu-se, tendo sido criados três papados com líderes
distintos. Suas sedes eram em Roma, Pisa e Avignon. Tal situação só gerou o
crescimento dos clamores por reformas na Igreja.
Aprofundando-se a constrangedora situação vivida pelo Clero, cada
um dos três papas excomungou os demais, rivais no poder e na divisão da
riqueza.
Martinho V, eleito papa pelo Concílio de Constança, no início dos
anos 1400, unificou a Igreja, tornando-se novamente uno na direção do
catolicismo. Além de perseguir os dissidentes, condenou-os, bem como aos pré
reformadores João Wycliff, João Hus e Jerônimo de Praga.
domingo, 6 de novembro de 2016
A
REFORMA PROTESTANTE – OS PRÓXIMOS 500 ANOS
Nos últimos anos temos visto e
participado de intensos debates acerca da intervenção de pastores e de igrejas protestantes
(ou que se nomeiam assim) na política e na vida nacional. A polêmica se
intensifica, bem como a inserção de pastores, bispos e outros dignatários no
cotidiano político brasileiro, notadamente no Legislativo e no Executivo.
São pessoas que falam em nome de
Deus e afirmam ter recebido Dele instruções, normas e comportamentos a serem
cumpridos na vida nacional.
Os recursos financeiros gerados em
nome do dízimo, das contribuições, das doações, do comércio de livros, dvds e de
tantos outros produtos fabricados sob o sustentáculo da fé atingem cifras
milionárias. Elas se transformam em templos magníficos, fazendas, carros
importados, aviões, enfim, toda a sorte de riquezas contra as quais se postaram
os reformistas em face da Igreja Católica.
Estarão eles retornando à Idade
Média e trazendo para o século XXI todas as práticas combatidas por Calvino,
Lutero e outros e que desaguaram na Reforma?
Chegou o tempo da Reforma da
Reforma?
As mudanças que originaram as
denominações protestantes fundamentaram-se principalmente na alegação de que
a Igreja original afastou-se da Palavra de Deus inscrita na Bíblia. A autoridade
do Criador foi substituída pela do Clero e as questões espirituais foram
suplantadas pelas temporais, com os papas participando ativamente do poder
político, financeiro e econômico.
Instrumentos de dominação e
crueldade, como as Cruzadas e a Santa Inquisição tentaram preservar o poderio
então abalado por tantos desmandos e pelo distanciamento de Deus.
A acumulação de riquezas, a venda de
indulgências e a distribuição de benesses entre o alto comando eclesiástico foram
duramente combatidas por alguns revolucionários até que o cisma se estabeleceu.
A estrutura monolítica da Igreja Católica rachou e deu origem com o passar do
tempo a uma diversidade de denominações e seitas de fundamentação
bíblica.
Analisando a vida nacional em nossos
tempos vislumbramos situações que nos remetem à escuridão espiritual da Idade
Média. Pelo menos no que diz respeito aos argumentos lançados pelos
reformadores e inscritos, dentre outros, nas 95 teses de Lutero.
Será um processo dialético, uma
manifestação cíclica ou simplesmente uma obra de desfaçatez e de pecado?
A data formal de nascimento da Reforma
Protestante é 31 de outubro de 1517. Assim
sendo, caminhamos para os festejos de seus quinhentos
anos.
Festejar é
preciso, pois muito se avançou, principalmente em algumas denominações. Mas a
festa será despida de qualquer utilidade se não rediscutirmos o tema em seu
sentido mais amplo.
Este blogueiro confessa-se protestante,
vinculado à Igreja Presbiteriana do Brasil. Mas estas publicações não são um
libelo religioso ou mesmo possuem sentido evangelístico. São um alerta, mais
que isto, um brado de insatisfação com muitos fatos que permeiam nossos dias em
sociedade, onde evangélicos e evangélicos parecem ser farinha do mesmo saco.
Tem o joio e tem o trigo.
Tem, acima de tudo, Deus e sua
Palavra a que os crentes devemos nos submeter, com afinco, resignação,
inteligência e perspicácia.
Este blog inicia hoje uma série de
publicações semanais, a cada segunda
feira, onde serão trazidos à
discussão temas como a situação histórico-política na Europa no período
pré-Reforma, breve relato sobre vida e obra de alguns dos primeiros
reformadores, os dramas e tragédias ocorridos no fim da Idade Média, pequeno
histórico sobre vida e obra de Calvino e de Lutero, comparativo entre as
teorias propostas por ambos, esclarecimentos sobre a orientação calvinista da
Igreja Presbiteriana, igrejas pentecostais, neopentecostais e outras que se
dizem evangélicas, rumos da Reforma no século XXI e outros temas afetos à
questão central.
Opiniões e críticas serão bem vindas.
Uma boa noite a todos e até a
próxima segunda feira.
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Reforma
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Noções
Cecília Meireles
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.
Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera…
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera…
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